Nova obra do escritor que Urbano Tavares Rodrigues considerou “mergulhar nas vísceras do ser humano” e que definitivamente se afirmou na literatura portuguesa com o romance “Três Bichos te Esperam, Quatro te Comerão”.
Este livro, introduzido na contracapa pela frase quase naïf “é um livrinho pequeno que se lê numa noite, é uma obra maior que se carrega uma vida – disse um dia um carpinteiro”, questiona, não obstante e de fio a pavio – não raramente no fio da navalha – o risível de uma existência que é afinal a de todos nós. Trata-se de um livro simples, tocante e muitas vezes quase comovente, que analisa o humano nu e ao espelho, sem contemplações ou conveniências, numa escrita desarmante, sensível e profunda, que nos retrata por inteiro.
“Percebeste que teres tempo era também recuperares sabores, que teres tempo era recuperares odores como o do jasmim da tua infância, poderes enfim tatear os murros velhos como as alfaces do quintal, ires com as tuas próprias mãos esgravatar o musgo que te serviria para enfeitares o presépio pelo Natal.”