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Discurso da autora Andreia Leite

Partilhamos o inspirador discurso da autora Andreia Leite, lido aquando do lançamento do seu livro “Para que servem as mães?”

“É com enorme alegria e o coração cheio de emoção que estou aqui hoje para compartilhar convosco um pedacinho da minha alma, expresso nas páginas deste livro.
Quando me perguntaram onde queria apresentar o livro, só me via neste lugar (Colégio das Caldinhas)…
Sei que o poderia ter feito em muitos outros sítios, mas, sendo este livro sobre o amor, e sendo amor aquilo que sinto em relação a este castelo que me viu crescer, só podia ser aqui.

Entrar aqui é entrar em casa.
É sentir-me num lugar seguro. É entrar num lugar que embora esteja diferente, a nível visual, está igual ao nível das emoções… Um lugar que me conheceu o sorriso e o olhar durante os anos que por aqui andei.
É voltar ao sítio que me deu asas para que eu pudesse SER E ESTAR ONDE ESTOU AGORA. Só quem por estes corredores andou sabe e sente aquilo que quero dizer.

Há 25 anos atrás eu não sonhava que hoje estaria aqui! Nunca gostei de ser o centro das atenções… Mas hoje o palco é meu, porque tenho nas mãos um sonho que começou pequenino e que depressa se tornou bem maior do que eu.
Há precisamente um ano atrás, a convite da Isabel, fui ao lançamento do livro do Manuel Andrade… Eu não conhecia o Manuel. Não sabia sequer o que era a Idioteque, ao que se dedicava, e se naquele dia me dissessem que hoje estaria aqui, exatamente um ano depois a apresentar um livro meu, com o Manuel e a Idioteque, eu provavelmente iria rir-me e dizer que o mundo estava louco, mas a verdade é que estou mesmo… A vida sabe o que faz e trata de colocar as pessoas certas nos lugares certos quando assim tem de ser… E eu só posso ser-lhe muito grata por isso! O Manuel viu neste livro algo que eu ainda não tinha visto….

Quando o comecei a escrever, ele não era o que hoje vocês podem ler… A história não era bem esta, mas queria deixar algo para os meus filhos. Guardá-lo numa gaveta para que um dia, quando eu cá já não estivesse, eles tivessem algo meu, palpável que pudessem ler e dizer “foi a Mãe que escreveu”. Só que a vida aconteceu e quando a minha mãe adoeceu, eu percebi que nós, mães, afinal não somos eternas. Não que eu não o soubesse já, mas, só quando nos calha a nós é que a “ficha” nos cai realmente, e foi quando dei a volta ao texto e ele se tornou naquilo que está nestas páginas. Este livro é o Amo-te que eu nunca fui capaz de dizer à minha Mãe. Demonstrei o muitas vezes, eu sei, mas se há algo que a minha geração e as anteriores têm é uma grande dificuldade em verbalizar o amor aos pais, e eu sei que nisso lhes falhei muito, aos dois.
Ela não sabia que eu o estava a escrever. Eu nem sei se ela sabia que eu gostava assim tanto de escrever. Enquanto ela esteve doente eu fiz muitas pausas no livro porque era difícil ter de admitir que a ia perder e foi já depois disso que o terminei.
Fiz-lhe a promessa de o tirar da gaveta, longe de imaginar que isso seria possível.

Mas o Manuel viu nestas páginas o amor que eu lhe tinha e percebeu exatamente o que, embora não esteja lá escrito, eu precisava de dizer. Este livro não é apenas uma história; é uma extensão do que acredito, do que sonho e do que sinto. Cada palavra foi escolhida com cuidado, e foi moldado com a esperança de criar um laço especial entre quem o lê e este mundo que ganhou vida na minha cabeça.
Não, este livro não serve para desvirtuar os pais e vangloriar as Mães… Este livro é só a forma que encontrei para que os meus filhos, os vossos e nós, mães, nunca nos esqueçamos que o melhor lugar do mundo, o lugar mais seguro, será sempre o colo da Mãe. O laço que nos une é inquebrável. Não é o cordão umbilical que ao ser cortado nos separa… Ser mãe, seja de que forma for, é ser o porto seguro e a garantia de um amor inabalável.

E se hoje estou aqui, devo isso à minha.
No entanto, sei que preciso agradecer: em primeiro lugar ao Manuel e à Idioteque por me ajudarem a realizar tudo isto. À Érica, por ter percebido, sem ser preciso dizer quase nada, exatamente aquilo que eu pretendia da ilustração. Ao professor Vítor Fernandes, que com o maior carinho do mundo acedeu ao meu pedido para o apresentar. Sei que está habituado a apresentar grandes obras literárias, mas lá chegaremos professor, lá chegaremos… (risos)

À minha família, que esteve sempre por perto, em especial ao meu marido, que foi aquele marido espetacular que arregaçou as mangas quando eu comecei a entrar em pânico, me olhou nos olhos e disse “nem penses em desistir agora, não vou deixar!” À Carina, que soube da existência deste livro enquanto me arrancava um dente e se colocou logo a disposição para o que eu eu precisasse e que foi incansável para que eu conseguisse chegar aqui. E a todos aqueles que se juntaram ao Rúben e a ela para que isto acontecesse.


Às minhas amigas, que viveram isto com verdadeira amizade. Que levam diariamente com as minhas inseguranças. Que nunca me largaram a mão, que nunca se inibem de me dizer a verdade, mesmo que doa, e que festejaram isto tão ou mais do que eu. À Sílvia que é luz na minha vida e que sempre que eu lhe perguntava como lidar com o que estava a sentir, me dizia ” escreve, não pares de escrever… Continua a dizer aquilo que precisas dizer”. É muitas vezes o meu colete salva-vidas e devo a ela muita da minha sanidade mental.


Agradecer ao meu afilhado, Emanuel Dias, por ter alinhado em estar aqui comigo hoje e em tornar este momento mais especial ainda. Tenho por ele um amor de mãe e eu sei que ele sabe disso.
Não posso deixar de agradecer ao Jorge Coutinho, meu mentor. O Jorge apareceu na minha vida em março deste ano, quando já andava numa luta interna entre o vai ou não vai em relação a este livro e sempre me empurrou para a frente, mesmo à distância, e quando eu entrava em modo pânico, dizia-me: “Acredita, põe o pé que Deus dá-te o chão”… Foi muitas vezes a voz que eu precisava de ouvir para confiar que ia conseguir. Foi quem me deu as ferramentas chave para que eu percebesse que o lugar onde estou não me define e que o sol também pode e deve brilhar pra mim.

Ver-vos todos aqui hoje é mesmo motivo de felicidade para mim. Não apenas por receberem este meu livro com tanto carinho, mas por perceber que, quando caminhamos juntos, chegamos ao destino mais fortes e melhores. Cada um de vós terá uma interpretação única para estas palavras, e é isso que torna este momento tão especial.
Quero agradecer a cada um de vocês por fazerem parte desta jornada, por embarcarem neste universo que criei, e por permitirem que as minhas palavras encontrem lugar nos vossos corações. Espero que esta história vos envolva, inspire e, de alguma forma, faça parte das vossas memórias.
Sei que sou uma eterna sonhadora… Que aos 39 anos ainda não parei de sonhar. Só sei viver assim. Sonhar ajuda-me a seguir em frente e a alcançar metas.

Uma vez disseram me que ” se os teus sonhos não te assustam e porque não são demasiado grandes”! Há um monte de sonhos em mim para alcançar. Se dá medo? Muito, mas lá está… vou com medo mesmo, porque mais uma vez sei que nunca vou sozinha!!!
Nunca deixem de sonhar. Nunca permitam que vos digam que não conseguem ou que não são capazes. Nunca deixem que vos puxem para baixo. Não aceitem críticas de quem nunca construiu nada. Acreditem sempre que são capazes de ser e fazer aquilo que vocês quiserem.

Eu não sei o que o futuro me reserva, mas é bom que o Professor Vítor e o Manuel se mantenham por perto, porque agora que comecei vai ser difícil fazerem-me parar de escrever.
Um beijinho a todos. Obrigada por terem vindo. Espero que sintam em cada página todo o amor e carinho que quis transmitir.
Não deixem nunca de dizer aos vossos que os amam. Digam muitas vezes e todos os dias. Mas mais do que dizer, mostrem, apliquem o amor e a gratidão que lhes têm, diariamente.

Amor gera amor e ponto final!!

Mãe, consegui… Promessa cumprida

Obrigada”

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